O Instituto Nacional do Câncer estima que, a cada ano, mais de 8 mil crianças e adolescentes sejam diagnosticados com câncer no Brasil. Atualmente o índice de cura é elevado, principalmente pelo avanço nos tratamentos de quimioterapia, radioterapia e transplante de medula óssea. Entretanto, apesar desse avanço, as neoplasias representam a primeira causa de óbito por doença, entre pessoas de 1 a 19 anos de idade no país.
Segundo dados da Fiocruz, 40% das crianças com câncer são diagnosticadas tardiamente. A demora na descoberta aumenta o risco de disseminação da doença, torna o tratamento mais difícil e diminui a chance de cura. É importante que profissionais de saúde, que atuam na Atenção Básica, conheçam os principais sinais e sintomas do câncer infantil, valorizem a informação dos familiares, examinem detalhadamente a criança e encaminhem, em caso de suspeita, para centros especializados em Oncologia Pediátrica. Pais, familiares e cuidadores também precisam estar atentos para sinais de alerta e devem procurar precocemente o pediatra para avaliação.
Os tumores abdominais mais frequentes na infância são o Linfoma de Burkitt, o Neuroblastoma, o tumor de Wilms ou Nefroblastoma e o tumor de ovário. Em todos, os sintomas mais frequentes são dor, aumento do volume ou uma tumoração palpável no abdômen. Como a dor abdominal é um sintoma comum em crianças, e pode ter diversas causas, muitas vezes é menosprezado. Entretanto, a manutenção da dor deve ser levada em consideração e avaliada com exame físico minucioso e ultrassom de abdômen.
O exame de imagem é importante pois os tumores pequenos podem não ser palpáveis. Crianças com tumores palpáveis no abdômen devem ser encaminhadas imediatamente para avaliação de um cirurgião pediátrico.
Outros sintomas e sinais que podem estar relacionados com tumores abdominais são constipação intestinal, diarreia, náuseas, vômitos, febre, gânglios linfáticos aumentados de tamanho, perda de peso, manchas arroxeadas ao redor dos olhos, dificuldade para urinar, presença de sangue na urina e hipertensão arterial. Crianças com algumas síndromes genéticas possuem um risco aumentado de desenvolver tumores.
Não existem exames preventivos para o câncer infanto-juvenil, por isso o diagnóstico precoce é a melhor forma de aumentar os índices de cura. Dessa forma, o conhecimento dos sinais e sintomas relacionados às neoplasias na infância, pelo maior número de pessoas, é essencial para que mais crianças tenham o diagnóstico precoce. Só assim, a cada ano o número de crianças e adolescentes curados do câncer será cada vez maior.
Fonte: Diário de Pernambuco
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