Matheus Henrique Dias, biomédico e especialista em biologia molecular, fez uma descoberta revolucionária. Isso ocorreu ao perceber que, em vez de tentar parar o crescimento das células cancerígenas, é possível superestimulá-las até que elas sobrecarreguem e morram.
Esse processo, chamado de “tilt”, ocorre quando as células atingem um nível de estresse tão elevado que não conseguem mais se reproduzir adequadamente, levando à sua autodestruição.
Essa abordagem difere dos tratamentos tradicionais, como a quimioterapia e a radioterapia, que focam em frear a reprodução celular.
Um dos grandes desafios dos tratamentos convencionais é que eles atacam tanto as células cancerígenas quanto as células saudáveis, o que pode causar efeitos colaterais graves.
O tratamento desenvolvido por Matheus oferece uma solução mais específica, estressando apenas as células cancerosas e reduzindo os danos colaterais.
Além disso, a resistência ao tratamento, que é comum em muitos casos de câncer, também é minimizada com essa nova abordagem.
Células que tentam se adaptar ao estresse acabam se tornando menos malignas, o que aumenta as chances de sucesso do tratamento.
Outro ponto positivo desse tratamento é que ele não se limita apenas a um tipo específico de câncer. Embora a pesquisa inicial tenha focado no câncer colorretal, os primeiros resultados indicam que ele pode ser eficaz em diversos tipos de câncer e em diferentes estágios da doença.
Descoberta aconteceu por acaso!
Curiosamente, a descoberta do “tilt” foi quase um acidente de laboratório. Matheus Henrique Dias estava no Brasil, estudando a divisão celular, quando decidiu aplicar uma substância que aceleraria esse processo para melhor observá-lo.
No entanto, o resultado foi o oposto do esperado: as células começaram a se dividir menos. Esse achado inesperado levou o pesquisador a refazer os testes várias vezes, até ter certeza de que havia encontrado algo significativo.
Com o avanço dessa linha de pesquisa, Matheus foi convidado para o Netherlands Cancer Institute, na Holanda, onde passou cinco anos estudando como esse fenômeno poderia ser aplicado em células cancerígenas.
O tratamento, publicado em uma renomada revista científica, combina duas medicações que, juntas, estressam a célula até o ponto de colapso, impedindo que ela consiga se corrigir e levando à morte celular.
Quando começam os testes?
Os primeiros testes em pacientes devem começar até o final deste ano, especificamente com pessoas que sofrem de câncer colorretal em estágio avançado e que não respondem mais a tratamentos convencionais.
Embora os resultados sejam promissores, ainda será necessário passar por diversas fases de testes clínicos antes que o tratamento possa estar amplamente disponível.
No entanto, a expectativa é alta, já que a abordagem tem mostrado uma eficácia considerável nas pesquisas iniciais e pode representar um avanço significativo no tratamento de diferentes tipos de câncer.
Com informações da Pronatecnologia
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