A aspirina em baixas doses reduziu as taxas de recorrência do câncer colorretal em mais de 50% em pacientes com tumores que apresentavam mutações na via de sinalização PI3K, de acordo com achados do estudo de fase 3 ALASCCA.
Esses resultados enfatizam “a importância dos exames genômicos iniciais” em pacientes com câncer colorretal, explicou a Dra. Anna Martling, Ph.D., do Karolinska Institutet, na Suécia, que relatou os achados no Simpósio de Cânceres Gastrointestinais de 2025 da American Society of Clinical Oncology (ASCO), nos Estados Unidos.
Este é o primeiro ensaio a mostrar que mutações na via de sinalização PI3K, além das alterações no gene PIK3CA, são preditores de resposta à aspirina, “expandindo substancialmente a população de pacientes alvo”, acrescentou a Dra. Anna. Mutações genéticas ao longo da via de sinalização PI3K são encontradas em cerca de 30% dos tumores colorretais.
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A aspirina foi estudada para a prevenção do câncer colorretal, mas faltam dados que confirmem sua eficácia e também sobre a adoção dessa abordagem na rotina, explicou a especialista da ASCO Dra. Pamela Kunz, do Smilow Cancer Hospital e do Yale Cancer Center, nos Estados Unidos.
“Está realmente claro que este é um estudo que muda a conduta”, afirmou a Dra. Pamela. Os achados indicam que esta abordagem “cumpre todos os requisitos: é eficaz, tem baixo risco, é barata e é fácil de administrar”.
O estudo compreendeu 626 pacientes (média de idade de 66 anos; 52% mulheres) com câncer de cólon em estágios II-III (67%) ou câncer retal em estágios I-III (33%) em 33 hospitais na Suécia, Dinamarca, Finlândia e Noruega.
Os pacientes foram estratificados em dois grupos com base em alterações específicas na via PI3K. O grupo A (n = 314) abrangeu pacientes com mutações PIK3CA no exon 9 e/ou no 20, e o grupo B (n = 312), aqueles com outras mutações na via PI3K, entre as quais mutações PIK3CA fora dos exons 9 ou 20, ou mutações nos genes PIK3R1 ou PTEN.
Os participantes de ambos os grupos foram alocados aleatoriamente para receber 160 mg/dia de aspirina ou placebo por três anos. O desfecho primário foi a recorrência do câncer colorretal; a sobrevida livre de doença foi um desfecho secundário.
Com informações de Medscape
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