Estudo revela redução de 26% na mama após cirurgia e radioterapia

A cirurgia conservadora para remoção do tumor de mama, especialmente nos estágios iniciais, tornou-se uma alternativa eficaz à mastectomia. Até os anos 1980, retirar toda a mama era o padrão. No entanto, evidências científicas demonstraram que a retirada parcial, desde que acompanhada de radioterapia, oferece taxas semelhantes de cura.

Ao longo das décadas, o procedimento evoluiu. Inicialmente, removia-se um quadrante inteiro da mama, resultando em deformidades. Hoje, realiza-se a ressecção segmentar, retirando o tumor com margens mínimas, priorizando o resultado estético. “As mamas ficam com aparência muito semelhante ao final da cirurgia”, afirma a mastologista Danielle Martin Matsumoto, do Hospital Israelita Albert Einstein.

O estudo analisou 113 pacientes com tumores menores que 2 cm, tratados entre 2005 e 2023. O volume mamário foi medido por mamografias antes e depois do tratamento. Na cirurgia, a perda de volume foi de 8,3%. Após um ano, a média chegou a 19,3%, atingindo cerca de 26,6% em cinco anos. Mulheres com seios maiores e tumores pequenos apresentaram maior redução: 29,5% contra 21,7% das que tinham seios menores. Tabagismo, diabetes e quimioterapia também influenciaram os resultados.

A rádio-oncologista Juliana Karassawa Helito, do Einstein, explica que os efeitos da radioterapia incluem irritação na pele, prurido, inchaço e dor local. Com o tempo, ocorre redução de volume e enrijecimento da mama irradiada. Para ela, o estudo ajuda a antecipar esses efeitos e a planejar a melhor abordagem para cada paciente.

A perda de volume também se relaciona à constituição da mama. Mamas maiores, com mais gordura e vasos, respondem de maneira distinta à radiação. “Os efeitos da radiação são diferentes no tecido glandular e no tecido de sustentação da mama”, detalha Matsumoto.

Fatores como envelhecimento e ganho de peso também influenciam na simetria mamária. Segundo Matsumoto, a mama irradiada tende a cair menos, acentuando a diferença ao longo dos anos. Em casos de assimetria significativa, pode-se recorrer à cirurgia corretiva.

Ela destaca ainda a importância de planejar a simetrização no momento da cirurgia conservadora, principalmente quando já há diferença perceptível entre as mamas. “Muitas vezes, optamos por reduzir a mama saudável no mesmo procedimento, deixando a mama irradiada um pouco maior, pois sabemos que ela irá encolher”, conclui a especialista.

Com informações da CNN Brasil
Resumo adaptado por Projeto AMIGOS


Descubra mais sobre Projeto AMIGOS - 16 anos

Assine para receber nossas notícias mais recentes por e-mail.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados *