A leucemia é o décimo tipo de câncer mais comum no Brasil (excluindo tumores de pele não melanoma), com previsão de 11.540 novos casos este ano conforme o Instituto Nacional de Câncer. Trata-se de uma doença que afeta as células brancas do sangue, provocando sua proliferação desordenada na medula óssea — o que pode ocasionar anemia, neutropenia e plaquetopenia. Além disso, essas células anormais podem migrar na corrente sanguínea, causando leucocitose e infiltração em órgãos como fígado e baço.
A classificação considera dois critérios: o curso da doença (aguda ou crônica) e o tipo de célula afetada (mieloide ou linfoide). Leucemias agudas progridem rapidamente, exigindo diagnóstico e início imediato de quimioterapia. Já as leucemias crônicas avançam lentamente, e muitas vezes são descobertas em exames de rotina, podendo gerar sintomas como leucocitose, anemia e aumento de linfonodos, fígado e baço. Nas leucemias mieloides e linfoblásticas, o diagnóstico é feito por exame de medula óssea (imunofenotipagem e genética). No caso das leucemias crônicas, pode-se diagnosticar por sangue periférico.
O tratamento varia conforme o tipo da leucemia e a faixa etária do paciente. Nas formas agudas, a quimioterapia é principal, e em pacientes jovens ou de risco genético alto, o transplante de medula óssea pode ser necessário. Nas leucemias crônicas, há uso de terapias-alvo — medicamentos mais específicos, eficazes e com menos efeitos colaterais que a quimioterapia convencional.
A hematologista Renata Lyrio esclarece cinco mitos e verdades:
- Anemia causa leucemia? Mito. São condições independentes.
- Só apresenta sintomas tardiamente? Verdade. No início, podem ser leves e confundidos com viroses, como cansaço, febre persistente, palidez, sangramentos e manchas.
- Sem histórico familiar, não há risco? Mito. A maior parte dos casos não é hereditária.
- Tratamento sempre provoca queda de cabelo e muitos efeitos? Mito. Isso varia conforme o protocolo; terapias modernas causam menos efeitos colaterais.
- Leucemia tem cura? Verdade. Há tratamentos eficazes e remissão completa, com muitos pacientes curados.
Portanto, entender esses mitos e verdades é fundamental para promover a detecção precoce, identificar sinais de alerta e orientar sobre tratamentos eficazes. A conscientização ajuda a reduzir estigmas, favorece o acompanhamento médico e pode colaborar para resultados mais positivos no tratamento.
Com informações da Carta Capital
Descubra mais sobre Projeto AMIGOS - 16 anos
Assine para receber nossas notícias mais recentes por e-mail.
