No Complexo Hospitalar da UFRJ, sob gestão da Ebserh, o Núcleo Transdisciplinar de Investigação em Saúde da Criança e do Adolescente no IPPMG desenvolveu um método pioneiro de diagnóstico rápido para tumores sólidos pediátricos. Patenteada em 2020 e já adotada em sete países, a técnica usa citometria de fluxo para reduzir o tempo de análise de cerca de 20 dias, como na histopatologia tradicional, para apenas um dia.
Conforme a professora Elaine Sobral da Costa, coordenadora do núcleo, “Se a criança é operada pela manhã, o resultado do exame fica pronto no mesmo dia. Isso faz uma diferença monstruosa para quem está em situação crítica”. O avanço é fruto de colaboração entre pesquisadores da UFRJ e do consórcio internacional EuroFlow.
O IPPMG, fundado em 2009, concilia ensino, pesquisa e assistência clínica para o SUS. Além do novo exame, o núcleo realiza cariótipos, testes FISH, PCR e outras análises moleculares para diagnosticar doenças genéticas, leucemias e síndromes como X Frágil. A logística ocorre com agilidade: após coleta cirúrgica, o material é encaminhado em gelo, triado, as células tumorais dissociadas e analisadas com painel de anticorpos específico — em muitos casos, ainda de madrugada, devido à urgência.
O núcleo não atende apenas o IPPMG e o Hospital Universitário Clementino Fraga Filho: apoia também o Hospital da Lagoa, o HUAP e, eventualmente, o INCA, sempre priorizando pacientes da rede pública.
Na esfera científica, o grupo publicou o método em 2021 na revista Cancers, com resultados iniciais apresentados em 2013 na PLoS One, além de estudos sobre microambiente da medula óssea na leucemia infantil (2022) e monitoramento de mieloma múltiplo (2023). Em abril de 2024, sediou em parceria com o EuroFlow o 4º Workshop Educacional Brasileiro sobre citometria de fluxo aplicada à oncologia.
O Complexo Hospitalar da UFRJ está sob gestão da Ebserh desde junho de 2024. Criada em 2011, a estatal vinculada ao MEC administra cerca de 45 hospitais universitários federais, combinando ensino, pesquisa e atendimento pelo SUS.
A chegada dessa técnica inovadora representa uma verdadeira transformação no diagnóstico pediátrico no Brasil, promovendo exames mais rápidos e abrindo caminho para tratamentos mais eficazes desde os primeiros momentos após a identificação da doença.
Com informações da Agência Gov
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