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Leucemia mieloide crônica: Europa aprova medicamento para tratar crianças

O medicamento bosutinibe foi recentemente aprovado pela Agência Europeia de Medicamentos (EMA) para uso em crianças com leucemia mieloide crônica (LMC), uma forma rara de câncer do sangue em idade pediátrica. A pesquisa clínica necessária para essa aprovação foi liderada pelo Princess Máxima Center for Pediatric Oncology e pelo Erasmus MC (Países Baixos).

Com a aprovação da EMA e após a obtenção do reembolso pelas seguradoras, as crianças com diagnóstico de LMC poderão receber bosutinibe logo após o diagnóstico.

Nova opção com menos impacto no crescimento

Desde 2012, o bosutinibe tem sido usado em adultos com LMC. Em estudos anteriores, em modelos animais, demonstrou causar menos impacto no crescimento em comparação com os medicamentos usados atualmente. Isso levou à realização de um ensaio clínico com 60 crianças, em 67 hospitais da Europa e dos Estados Unidos, coordenado a partir dos Países Baixos.

O estudo revelou que o bosutinibe é tão eficaz quanto outros inibidores de tirosina quinase (TKI), mas com menos episódios de dores ósseas e musculares. Foram, no entanto, registrados efeitos colaterais gastrointestinais levemente mais frequentes, como náuseas ou diarreia. Considerando que esse tratamento é muitas vezes necessário durante vários anos, a escolha de um medicamento com menos efeitos indesejáveis pode fazer uma grande diferença na qualidade de vida das crianças.

Um passo importante na pesquisa acadêmica

As crianças com LMC acompanhadas no Princess Máxima Center e em outros hospitais europeus poderão iniciar o tratamento com bosutinibe no momento do diagnóstico, assim que o acesso seja confirmado pelos sistemas de saúde. O possível menor impacto no crescimento e desenvolvimento das crianças ainda está sendo estudado em acompanhamento a longo prazo.

Michel Zwaan, especialista em oncologia pediátrica e codiretor do centro de ensaios clínicos que liderou o estudo, destacou:
“A aprovação do bosutinibe representa um avanço importante para as crianças com essa doença rara. Temos agora mais uma opção terapêutica, que poderá se ajustar melhor às necessidades específicas das crianças, com menos efeitos adversos esperados.”

O estudo contou com financiamento da farmacêutica Pfizer e foi realizado em estreita colaboração com o Children’s Oncology Group (EUA).

O envolvimento direto de centros acadêmicos — sem liderança de uma farmacêutica — reforça o papel da pesquisa pública no desenvolvimento de tratamentos mais adequados às necessidades pediátricas.

Com informações do PIPOP

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