“Na época, me deram um ano de vida. Já se passaram 14”, diz Francisca Iraci, de 52 anos

A costureira Jocy Silva, 41 anos, foi diagnosticada com câncer de mama com metástase no pulmão quando ainda amamentava. Ao receber a proposta de participar de uma pesquisa clínica com uma nova droga que combinava quimioterapia e terapia-alvo, aceitou, sem custos, e viu os nódulos praticamente desaparecerem em três anos. Antes, por desinformação, teria recusado, mas hoje reconhece que foi a melhor oportunidade da sua vida.

A professora Francisca Iraci, 52 anos, diagnosticada em 2011 com câncer de mama e com recidiva nos ossos em 2013, também ingressou em um protocolo experimental. Apesar do prognóstico de apenas um ano de vida, está estável há 14 anos graças a uma terapia alvo inovadora, aprovada no Brasil dois anos depois e incorporada ao SUS apenas em 2019, ainda de forma limitada.

Pesquisas clínicas seguem protocolos rigorosos, são fiscalizadas e oferecem acesso a tratamentos de ponta, especialmente para quem depende do SUS. Elas testam novos medicamentos, combinações de terapias e tecnologias como imunoterapia, passando por fases que avaliam segurança, eficácia e comparação com tratamentos já existentes.

Muitos estudos são “randomizados e duplo-cego”, garantindo que ninguém receba tratamento inferior ao padrão ouro. Todos os custos — medicamentos, exames, consultas, transporte e hospedagem — são pagos pelo patrocinador, geralmente indústrias farmacêuticas.

A nova Lei das Pesquisas Clínicas, sancionada em 2023, agilizou aprovações, trouxe segurança jurídica e aumentou a chance de o Brasil atrair mais estudos, apesar de ainda representar menos de 5% das pesquisas globais.

A entrada em protocolos pode ser indicada pelo oncologista ou buscada em plataformas como REBEC, ClinicalTrials.gov, LetMeTrial e Lifetime Pesquisa Clínica. A participação também beneficia o SUS, que deixa de arcar com custos e amplia o acesso à inovação.

Apesar de não garantirem cura, as pesquisas oferecem esperança, qualidade de vida e alternativas quando opções convencionais se esgotam. O caso da cantora Preta Gil ilustra que a participação não é causa da morte, mas sim uma tentativa com o melhor recurso disponível.

Para Jocy, a pesquisa significou sobrevivência; para Francisca, mais 14 anos de vida ativa. Ambas seguem em acompanhamento e afirmam que o câncer, com tratamento adequado, não é mais uma sentença de morte.

Este conteúdo foi resumido com o auxílio de ferramentas de Inteligência Artificial com informações do G1

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