Homens e mulheres desconhecem fatores de risco para câncer de mama e próstata, indica levantamento. Elas têm percepção equivocada sobre o peso do fator genético e eles negligenciam exames.
Os fatores de risco para o câncer de mama e para o câncer de próstata — que estão entre os tumores mais prevalentes no Brasil — são desconhecidos pela maioria dos homens e mulheres, segundo uma pesquisa feita pela Ipsos-Ipec. O levantamento, feito a pedido da Pfizer, aponta ainda que homens e mulheres têm visões diferentes sobre os cuidados de saúde e o impacto das enfermidades na vida íntima.
Para o câncer de mama, os fatores de risco com maior grau de desconhecimento pelas participantes do estudo foram: consumo de álcool (desconhecido por 64% das mulheres); excesso de peso (desconhecido por 63% das mulheres); não ter tido filhos (desconhecido por 84% das mulheres). Idade avançada também é um fator de risco. Já um fator de proteção pouco conhecido é a amamentação: 63% das mulheres não sabem disso, segundo a pesquisa.
No Brasil, o câncer de mama é o tipo de tumor mais comum entre as mulheres e representa a principal causa de morte por câncer nessa população. Segundo o Ministério da Saúde, em 2022, o País registrou 19 mil mortes pela doença.
Enquanto isso, para o câncer de próstata, os fatores de risco desconhecidos são: idade avançada — 9 em cada 10 homens diagnosticados têm mais de 55 anos (desconhecido por 71% dos homens); etnia — a incidência costuma ser maior na população negra (desconhecido por 85% dos homens); obesidade (desconhecido por 60% dos homens). Histórico de casos na família, principalmente entre pais ou irmãos, também é um fato relevante. Quanto ao tabagismo, 51% dos homens entrevistados estão cientes de que aqueles que fumam e são diagnosticados com o tumor têm maior risco de morrer do que pacientes não fumantes.
As estimativas mostram 71.730 novos casos de câncer de próstata no Brasil para cada ano do triênio 2023-2025. Trata-se do segundo tipo mais frequente de neoplasia no País, e o mais incidente entre os homens. Em 2020, foram mais de 15,8 mil óbitos por câncer de próstata, o equivalente a 15,30 mortes a cada 100 mil homens.
A pesquisa foi feita de forma online com 1.740 adultos, entre homens e mulheres, das classes A, B e C, residentes na cidade de São Paulo e nas regiões metropolitanas de Belém, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro e Distrito Federal.
Herança genética é fator superestimado. A maioria das pessoas tem uma percepção equivocada sobre o peso do histórico familiar no desenvolvimento do câncer de mama, acreditando que se trata do principal fator de risco. Porém apenas uma pequena parte, de 5% a 10% dos casos, está ligada à herança genética.
Na pesquisa, 71% das mulheres disseram acreditar que ter casos da doença na família interfere mais na probabilidade de desenvolver o tumor do que os hábitos de vida. O perigo desse desconhecimento é que muitas pessoas sem histórico da doença deixam de fazer exames e de modificar práticas que favorecem o tumor, diz a líder médica da área de oncologia da Pfizer Brasil, Camilla Natal de Gaspari.“A falsa percepção de que ter câncer de mama dependeria apenas da herança genética não só contradiz a literatura médica, como também pode desestimular a tomada de atitudes importantes, capazes de alterar fatores de risco modificáveis. Isso vale não apenas para a ingestão de bebida alcoólica, mas também para a obesidade e o sedentarismo”, comenta.
Por outro lado, exames são subestimados. Passar pelo exame de mamografia anualmente, a partir dos 40 anos, é a principal indicação das sociedades médicas para aumentar as chances de diagnosticar o câncer de mama precocemente, contribuindo para um melhor tratamento e maiores chances de cura.
No Sistema Único de Saúde (SUS), a partir de outubro, o exame passará a incluir mulheres de 50 a 74 anos (antes o limite era de 69 anos). Mesmo sem sinais ou sintomas da doença, a cada dois anos, mulheres nessa faixa etária deverão realizar mamografias de forma preventiva. O público entre 40 e 49 anos, por sua vez, poderá realizar o exame mesmo sem sinais ou sintomas de câncer, mas sem periodicidade pré-definida.
Segundo a pesquisa, porém, as indicações da mamografia não estão suficientemente claras. A maioria das mulheres não sabe da necessidade de rastreio por meio da mamografia.
Este conteúdo foi resumido com o auxílio de ferramentas de Inteligência Artificial com informações do Estadão
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