Colposcopia identificando alterações no colo do útero.

Prevenção avançada do câncer de colo uterino muda o cenário

Com os avanços nos testes moleculares e a ampliação da vacinação contra o HPV, o papel da colposcopia ganhou novos contornos na prevenção e diagnóstico precoce do câncer cervical. Cada pessoa deve ser considerada individualmente, levando em conta histórico familiar, clínico e as mudanças na sexualidade ao longo da vida.

A colposcopia, exame ginecológico que permite visualizar detalhadamente o colo do útero e a vagina com o uso de reativos, continua essencial para identificar lesões induzidas por HPV. No entanto, agora ela é melhor direcionada. A prevenção é dividida em três etapas: primária (vacinação), secundária (diagnóstico precoce) e terciária (tratamento rápido das lesões), todas fundamentais para reduzir incidência e mortalidade.

A nova proposta de rastreio utiliza o teste de DNA do HPV como estratégia primária. A genotipagem estendida, capaz de identificar tipos de alto risco como HPV‑16, 18, 31, 33, 35, 45, 52 e 58, é hoje considerada a melhor abordagem. A presença desses tipos orienta as condutas: HPV‑16/18 encaminha diretamente à colposcopia; outros tipos, se positivos, geram citologia reversa e, se alterados, também seguem para colposcopia.

O exame molecular é indicado para mulheres entre 30 e 64 anos, sempre levando em conta histórico clínico e familiar. Trata-se de uma coleta simples de secreção que detecta o subtipo viral, informa o risco e direciona a conduta médica, identificando quem necessita de acompanhamento rigoroso.

Além desta estratégia, ressalta-se a importância da vacinação. No SUS, o esquema inclui as vacinas contra os tipos 16 e 18 — principais causadores do câncer cervicouterino — e a vacina nonavalente, que amplia a proteção com mais cinco subtipos de HPV. Mesmo assim, a vacinação não elimina a necessidade do rastreamento regular; mulheres vacinadas ou que já tiveram HPV também devem continuar com os exames preventivos. Vacinar é um ato de amor.

O câncer do colo do útero é, em grande parte, evitável. No Brasil, estima-se 17.010 novos casos por ano entre 2023 e 2025, com taxa bruta de incidência de 15,38 por 100 mil mulheres. A integração entre vacinação, rastreio e diagnóstico precoce, com exames direcionados, é o que realmente salva vidas.

A tecnologia nos permite ser mais precisos, porém o acompanhamento médico permanece indispensável. Colcoscopia, testes moleculares e imunização representam uma combinação poderosa para combater esse tipo de câncer e alcançar maiores taxas de cura e prevenção.

Com informações da Medicina S/A


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