Cleonice Nascimento, de 65 anos, costura desde os 13 e passou sua paixão para a filha Hiolanda, de 43. As duas dividem um pequeno ateliê há oito anos em Campo Grande (MS), superando doenças e preconceitos com dedicação e talento. A história começa em Cuiabá, onde Cleonice aprendeu a costurar com uma vizinha. Com o tempo, montou seu próprio ateliê, mas após uma traição do marido, mudou-se para Campo Grande, onde enfrentou muitas dificuldades, inclusive a venda de botijões para sobreviver.
Mesmo com seis tumores retirados devido ao câncer e um AVC, ela nunca largou a máquina de costura. Quando a dona do ponto comercial onde trabalhava faleceu, Cleonice herdou o espaço e chamou a filha, que estava desempregada, para trabalhar com ela.
Hiolanda, por sua vez, perdeu um olho aos 16 anos devido a uma infecção, mas só começou a costurar anos depois, ao lado do marido alfaiate. Descobriu talento e gosto pela profissão, mesmo enfrentando o preconceito. Chegou a ser demitida de uma empresa por ter prótese ocular, o que a motivou a buscar um espaço próprio ao lado da mãe.
Hoje, elas se complementam no ateliê: enquanto Hiolanda atende um público mais jovem e moderno, Cleonice cuida das clientes fiéis e tradicionais. As duas se especializaram em consertos, que se mostram mais lucrativos do que peças novas, além de costurar vestidos sob medida e roupas de noiva. Mesmo com a saúde fragilizada, Cleonice não pretende parar. Para ela, costurar é sinônimo de vida.
A trajetória das duas mostra como a costura vai além de um ofício: é força, herança e forma de resistir às dores da vida com dignidade.
Com informações da Campo Grande News
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