Fake news dificulta o diagnóstico e tratamento do câncer de mama

Como fake news atrapalham o diagnóstico do câncer de mama

A detecção precoce do câncer de mama por meio da mamografia e a definição do tratamento a partir da biópsia são fatores essenciais para ampliar as chances de cura. No entanto, a desinformação nas redes sociais desencoraja a realização desses exames preventivos, elevando o número de óbitos pela doença, principal causa de morte por câncer entre mulheres no Brasil.

A mastologista Annamaria Massahud Rodrigues dos Santos, da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), alerta que muitas mulheres deixam de fazer mamografia por medo da dor, radiação ou fake news.

Dados do MIT mostram que mentiras se propagam nas redes sociais dez vezes mais rápido que a verdade, e a Unesco aponta a desinformação como principal risco global em crises, incluindo saúde.

Um boato comum é que a radiação da mamografia seria perigosa. A especialista esclarece que a dose emitida é muito baixa — comparável à radiação natural recebida em um ou dois meses em uma cidade grande. O desconforto relatado pode ser reduzido com técnicas adequadas e, se necessário, medicação prévia.

Outro mito preocupante é que “biópsias espalham câncer”. Isso não tem respaldo científico. Segundo a mastologista, a biópsia é um procedimento seguro e essencial para o diagnóstico e definição do melhor tratamento, sem interferir negativamente na evolução da doença.

O estudo realizado pela SBM em parceria com o CORA/UFG, apresentado na ASCO, analisou dados do DataSUS entre 2013 e 2022. Entre mulheres de 40 a 49 anos, apenas 22% fizeram mamografia na última década, com 54% dos casos diagnosticados nos estágios III ou IV. No grupo de 50 a 69 anos, essa taxa chega a 33%, com 48% nos estágios avançados. Acima de 70 anos, apenas 10% realizaram o exame, e 49% foram diagnosticadas tardiamente.

Annamaria Massahud destaca que a mamografia é uma ferramenta absolutamente essencial no combate ao câncer de mama. Divulgar informações corretas é transformar medo em prevenção e dúvida em cuidado.

Com informações de Medicina S/A


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