Uma nova alternativa terapêutica chegou ao Brasil: a Anvisa autorizou o uso de osimertinibe em pacientes com câncer de pulmão de não pequenas células em estágio III irressecável e mutação EGFR, sendo o primeiro tratamento-alvo para esse perfil no país. A terapia demonstrou impressionante potencial, reduzindo em 84% o risco de progressão ou morte quando comparada ao placebo após quimioradioterapia, além de proporcionar média de sobrevida livre de progressão superior a três anos.
A base para essa aprovação foi o estudo clínico global LAURA, de fase III, randomizado e duplo-cego, que contemplou 216 pacientes em mais de 145 centros de 15 países, incluindo o Brasil. Os resultados apresentados foram notáveis: mediana de sobrevida livre de progressão de 39,1 meses no grupo tratado com osimertinibe, diante de apenas 5,6 meses no grupo placebo.
Para os especialistas, trata-se de um verdadeiro marco no tratamento oncológico. O oncologista Luiz Henrique de Lima Araujo, da Dasa Oncologia, afirma que esses dados são “impressionantes” e atendem a uma necessidade médica até então “não suprida”, tornando o osimertinibe um novo padrão de tratamento nesse cenário.
O câncer de pulmão é o tipo mais letal entre todos os cânceres, com cerca de 32 mil novos casos por ano no Brasil e quase 28 mil mortes em 2020. Deste grupo, 85% correspondem a formas de não pequenas células, e cerca de 25% desses apresentam mutação EGFR – justamente o alvo do osimertinibe.
Segundo Karina Fontão, diretora médica da AstraZeneca Brasil, essa é a quinta indicação da molécula no país, beneficiando pacientes EGFR-mutados, independentemente do estágio – desde o inicial até o metastático, com resultados consistentes em sobrevida e redução de mortalidade.
O perfil de segurança do novo uso do medicamento se mostrou consistente com indicações anteriores. Eventos adversos de grau 3 ou superior ocorreram em 35% dos pacientes tratados com osimertinibe, frente a 12% no grupo placebo.
Atualmente, o osimertinibe já era aprovado no Brasil como preferencial nos tratamentos adjuvante (estágio inicial) e primeira linha (estágio metastático) para pacientes com mutação EGFR. Agora, com a Anvisa ampliando a indicação, ele passa a oferecer cobertura completa para todo o espectro de pacientes EGFR‑mutados, incluindo estágio III irresecável.
Em resumo, a aprovação pelo órgão sanitário representa um avançado passo no manejo desse tipo de câncer, trazendo uma opção eficaz e bem tolerada, que amplia perspectivas de progresso e sobrevida para milhares de pacientes.
Com informações de EM
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