Nos últimos anos, a detecção precoce do câncer tem impulsionado o desenvolvimento de métodos avançados que identificam a doença em estágios iniciais, aumentando as chances de cura. Um exemplo é a biópsia líquida, que detecta biomarcadores tumorais no sangue, permitindo diagnósticos menos invasivos. Essa técnica analisa o material genético liberado por células tumorais, oferecendo informações sobre o tipo de câncer e o tratamento mais eficaz. Testes como o Galleri Blood Test, já em uso nos EUA, identificam até 50 tipos de câncer com alta precisão, revolucionando o rastreamento.

A inteligência artificial (IA) também desempenha um papel crucial. Modelos de IA analisam imagens de exames como tomografias e mamografias, identificando padrões que escapam ao olho humano. Um estudo da Northwestern University mostrou que a IA superou radiologistas na detecção de nódulos pulmonares malignos, reduzindo falsos positivos e negativos. Além disso, a imagem molecular da mama (MBI) melhora a detecção em mulheres com tecido mamário denso, onde a mamografia tradicional é menos eficaz.

No Brasil, cientistas da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) desenvolveram um método de biópsia líquida que usa citometria de fluxo para identificar células tumorais no sangue, com resultados promissores publicados no International Journal of Molecular Sciences. A técnica classifica com mais de 80% de precisão casos de câncer de mama, distinguindo entre pacientes com e sem tratamento.

A imunoterapia e a oncologia de precisão também avançam. A terapia CAR-T modifica células de defesa do paciente para atacar tumores, enquanto vacinas personalizadas de RNA mensageiro estimulam o sistema imunológico contra células cancerígenas. Essas inovações, combinadas com políticas públicas e investimentos em tecnologia, reforçam a luta contra o câncer, oferecendo tratamentos menos invasivos e maior sobrevida.

Com informações de Correio Braziliense