12 fatos essenciais que todo brasileiro precisa saber sobre o câncer de pele

Em meio à proximidade do verão e às altas taxas de radiação solar típicas de um país tropical como o Brasil, a Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO) reforça a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de pele, o tipo de tumor mais frequente no país e no mundo.

A adoção de hábitos de proteção diária, o reconhecimento dos sinais de alerta e o acesso ao tratamento adequado podem evitar casos avançados, com menos danos e maior chance de cura.

A campanha Dezembro Laranja marca o movimento de conscientização sobre o câncer de pele, destacando o uso diário de proteção solar, acompanhamento dermatológico e a identificação precoce de alterações suspeitas na pele. Na avaliação de Alberto Julius Alves Wainstein, cirurgião oncológico e membro da SBCO, este é um tipo de câncer que muitas das vezes é evitável.

“Muitos fatores de risco ligados ao câncer de pele podem ser prevenidos, principalmente ao evitar a exposição solar sem proteção”, explica.

Conheça 12 fatos essenciais sobre o câncer de pele

Grandes grupos

Conforme explica a SBCO, o câncer de pele não melanoma é o mais incidente e, em geral, o de menor letalidade, enquanto o melanoma é menos frequente, porém muito mais agressivo. O tipo não melanoma acomete células que não produzem melanina; já o melanoma nasce dos melanócitos, responsáveis pela pigmentação da pele, cabelos e olhos.

Câncer não melanoma

O carcinoma espinocelular representa cerca de 80% dos casos de câncer de pele e acomete as camadas mais superficiais, principalmente nas áreas mais expostas ao sol como rosto, orelhas, lábios e dorso das mãos. Apesar de apresentarem, em geral, baixa taxa de mortalidade, esses tumores podem causar deformidades importantes, invasão local e necessidade de cirurgias mais extensas quando o diagnóstico é tardio.

Melanoma

Embora represente cerca de 4% a 5% dos tumores cutâneos, o melanoma é responsável por aproximadamente 40% das mortes por câncer de pele. Quando detectado em fase inicial, a taxa de cura ultrapassa 90%, mas cai para menos de 50% em tumores com espessura superior a 4 milímetros.

Pintas e feridas

Os sinais de alerta incluem manchas que coçam, descamam ou sangram, pintas que mudam de tamanho, formato ou cor e feridas que não cicatrizam em algumas semanas, especialmente em áreas expostas ao sol. No câncer de pele não melanoma, é comum o surgimento de lesões avermelhadas, espessas, com crostas ou aspecto de ferida persistente. Já no melanoma, as lesões tendem a ser mais pigmentadas, mas podem ter apresentações variadas, o que reforça a importância da avaliação médica.

Cores

A melanoma não é apenas uma pinta preta. O subtipo amelanótico praticamente não tem pigmentação e pode ser róseo, avermelhado ou de cor semelhante à pele ao redor, o que dificulta a identificação. Justamente por isso, qualquer lesão nova que cresça, mude de aspecto ou provoque coceira, dor, sangramento ou descamação merece atenção.

Idade, tipo de pele, histórico familiar

A prevalência de câncer de pele não melanoma é maior em pessoas de pele clara, acima dos 40 ou 45 anos, que trabalharam por muitos anos ao ar livre sem proteção. Conforme alertam especialistas, a média de idade ao diagnóstico vem diminuindo, em parte por hábitos de exposição solar intensa e uso de bronzeamento artificial. Ter histórico familiar de melanoma, imunidade baixa ou síndromes genéticas específicas também aumenta o risco. Pessoas negras e orientais podem desenvolver tumores em áreas menos comuns, como plantas dos pés e palmas das mãos.

Prevenção

O uso de filtro solar com fator de proteção (FPS) de, no mínimo, 30, reaplicado a cada duas horas ou após entrar na água e suar excessivamente, é recomendado sempre que se estiver ao ar livre, mesmo em dias nublados. Chapéus de abas largas, óculos escuros com proteção UV, roupas com tecido específico ou de trama mais fechada e permanecer em áreas sombreadas são medidas decisivas para reduzir o risco de câncer de pele.

Barracas e horário

Barracas de praia feitas de algodão ou lona podem absorver até metade da radiação ultravioleta, oferecendo proteção mais confiável. Já barracas de nylon deixam cerca de 95% dos raios UV atravessarem o material. Mesmo na sombra é indispensável usar filtro solar. Os raios UVA estão presentes do nascer ao pôr do sol e se relacionam ao envelhecimento da pele e ao desenvolvimento de alguns tipos de câncer; já os raios UVB são mais intensos entre 10h e 16h e causam vermelhidão, queimaduras e aumento importante do risco de tumor.

Bronzeamento artificial

Cabines de bronzeamento artificial utilizam lâmpadas que emitem radiação ultravioleta em níveis que podem ser ainda mais nocivos do que a exposição direta ao sol. No Brasil, essa prática é proibida para fins estéticos. Qualquer escurecimento da pele é sinal de dano celular. A recomendação das entidades médicas é clara: bronzeamento artificial não deve ser utilizado.

Tratamento

Na maioria dos casos de câncer de pele não melanoma, uma cirurgia relativamente simples, em consultório ou centro cirúrgico, é suficiente para remover a lesão com margens de segurança. Em alguns quadros, podem ser utilizados tratamentos como terapia fotodinâmica, criocirurgia ou imunoterapia tópica. Já no melanoma, a abordagem é eminentemente cirúrgica: além da excisão da lesão, pode ser necessária a biópsia e, em situações selecionadas, a associação com imunoterapia, quimioterapia ou radioterapia.


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