Bronzeamento artificial pode aumentar em 70% risco de câncer de pele

Desejo de muitas mulheres, o corpo bronzeado pode trazer riscos à saúde, principalmente se feito de forma artificial. Segundo pesquisa realizada pela Agência Internacional para Pesquisa do Câncer – braço da Organização Mundial da Saúde (OMS) para a pesquisa na área oncológica – o risco de câncer de pele aumenta em cerca de 75% quando as pessoas fazem uso de câmaras de bronzeamento artificial antes dos 30 anos. 

O órgão elevou o nível de alerta da prática difundida em diversos países. No último dia 03 de janeiro, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) reforçou, em nota, que as câmaras de bronzeamento são proibidas em todo o território nacional.

O desejo de uma pele com aparência bronzeada, no entanto, leva às pessoas a se submeterem a sessões de bronzeamento artificial em clínicas clandestinas, segundo o médico oncologista e coordenador do Comitê de Tumores de Pele da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), Rodrigo Munhoz.

O explica que a exposição à radiação ultravioleta (UV) por meio do bronzeamento artificial é prejudicial à pele, podendo causar queimaduras, o envelhecimento precoce e até mesmo o desenvolvimento de tumores.

“Há alternativas mais seguras que promovem o bronze temporário, como o bronzeamento a jato, no qual é aplicado um spray na camada superior da pele, e cremes autobronzeadores, que não requerem a exposição à radiação UV. De todo modo, há pessoas que podem ter alergia a esses produtos”, diz.

Câncer de pele 

Especialistas da SBOC afirmam que o câncer de pelo é o mais frequente no Brasil. Dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca) estimam 180 mil novos casos de câncer de pele anualmente no Brasil. 

Destes, até 95% são diagnósticos de câncer não-melanoma e em torno de 5% de câncer melanomas. O médico oncologista e membro da SBOC, Antonio Carlos Buzaid, detalha que há diferenças entre os tipos de enfermidade.

“Eles nascem de células diferentes. Enquanto o melanoma nasce de células que produzem a melanina, o melanócito, os outros cânceres de pele são mutações devido à exposição solar, mas em outros tipos de célula da pele”, conta.

Ele também conta que o melanoma é mais agressivo e quanto mais profundo, maior a chance de ele entrar nos canais linfáticos ou nos vasos sanguíneos e se espalhar, ameaçando a vida do paciente. Ou seja, quanto mais precoce o diagnóstico, maior a chance de cura.

Em aspectos gerais, o desenvolvimento do câncer de pele está relacionado à exposição à radiação UV sem proteção adequada e a um histórico da doença na família. Munhoz orienta que as pessoas evitem se expor ao sol nos períodos com radiação mais nocivas (das 10 às 16 horas) e não se submetam a câmaras de bronzeamento artificial.

“Para se expor ao sol, é necessário usar protetor solar com fator de proteção solar mínimo de 30, o qual deve ser reaplicado a cada 2 horas ou sempre após entrar no mar ou piscina, e vestir roupas, boné ou chapéu e óculos escuros para proteger as áreas mais expostas. O ideal é deixar o protetor solar ao lado da escova de dente para se lembrar de aplicar o protetor solar na pele já de manhã”, sugere.

Os especialistas chamam a atenção a sinais como feridas que não cicatrizam, manchas ou nódulos na pele de crescimento rápido e pintas com ardência ou sangramento. Os critérios ABCDE ajudam a identificar pintas suspeitas e que devem ser mostradas para um médico dermatologista. 

Tais critérios dizem respeito a pintas com assimetria, bordas irregulares, com cor mais escura, com diâmetro variável e de evolução constante. Além disso, tumores de pele podem surgir em áreas pouco expostas ao sol, como palmas das mãos e plantas dos pés. Caso esses sinais sejam notados, os especialistas orientam que um dermatologista seja procurado.

Com informações do Jornal Opção


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