Boa notícia! Pacientes de câncer vão achar um doador de células-tronco mais fácil graças a essa descoberta

Para pacientes com câncer no sangue que precisam de um transplante de células-tronco, a espera por um doador compatível pode ser longa. No entanto, uma nova abordagem vem sendo estudada e pode facilitar o processo do transplante. 

Intitulado ACCESS, o estudo observou o uso de ciclofosfamida, um antigo medicamento quimioterápico, por vários dias após o transplante de pacientes que receberam células-tronco de doadores incompatíveis ou parcialmente compatíveis. Os resultados demonstraram que os pacientes que receberam a medicação podem ter taxas de sobrevida similares a de pacientes que receberam células tronco de doadores totalmente compatíveis.

“Essa abordagem inovadora pode expandir bastante o acesso do paciente ao transplante de células-tronco seguro e eficaz, independentemente do grau de compatibilidade com o doador”, afirmou Monzr M. Al Malki, hematologista, oncologista e um dos autores do trabalho. 

O que é a ciclofosfamida? 

De acordo com Garles Vieira, hematologista da Oncoclínicas São Paulo, a ciclofosfamida  é um quimioterápico utilizado no tratamento de doenças como leucemias, linfomas e mieloma múltiplo.

O especialista explica que a droga já vem sendo utilizada para a prevenção da Doença do Enxerto Versus Hospedeiro (GVHD) – doença autoimune onde as células do doador começam a atacar o receptor – em casos de  transplante alogênico (de doador com genética semelhante, como familiares) de medula óssea, com um doador haploidêntico, ou seja, que não é 100% compatível.

“Isso foi uma coisa que mudou muito a rotina dos serviços transplantadores, porque antes nós só conseguíamos usar um doador 100% aparentado, compatível. A probabilidade de você ter um doador irmão 100% compatível é só de 25%, sendo do mesmo pai e da mesma mãe”, declarou.

O hematologista explica que a ciclofosfamida age contra uma resposta imunológica exagerada do organismo, que pode resultar em rejeição do transplante.

“A ciclofosfamida tem a propriedade de inativar linfócitos T alorreativos, que são células do sistema imunológico do doador que ao entrar no corpo do receptor e se ativar, provocam uma resposta imunológica que pode ser muito exacerbada. Para bloquear isso, infundimos a medula, 72 horas depois essas células estão ativadas, e com o efeito da ciclofosfamida elas são inativadas, o que faz com que a recuperação do paciente transcorra normalmente”, esclarece. 

Com informações da Minha Vida Saúde


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